Continuando a série "Stopmimimi", meu filho tomou café comigo e quis ir almoçar com a avó e a" Vó Bisa" , disse que já passou o Dia das Mães comigo "ontem" no Shopping, e que dormiu comigo, tomou café comigo, e que queria almoçar com elas... Nem arrisquei um "HOje é dia das mães!!!", suave... suave... sem mimimi, achei bonita a capacidade de negociação dele, a argumentação e acima de tudo o amor e o carinho, que ele sabe que dá pra dividir, que tem de sobra ! ele só tem 5 anos e está aprendendo mais rápido do que eu....
Essa maneira de viver a vida sem Mimimi , sem lamentações, de forma objetiva, eu venho aprendendo a vida toda com a minha mãe... Ela sempre lutou muito por tudo, saiu lá do fundão da roça, andava horas debaixo do sol do interior do Rio de Janeiro, atravessava represa de canoa para estudar, enfrentou muita casa de família desde os 12 anos, para ser independente, e depois para educar os filhos...
Nunca vi minha mãe chorando , se lamentando por amor que não deu valor para a mulher maravilhosa que ela é, não dava tempo para chorar por marido infiel, enquanto tinha 4 filhos para educar, alimentar... se livrou do problema e manteve a dignidade, seguiu trabalhando... amando, educando, se esforçando para deixar para o mundo pessoas decentes. fez e faz o possível!
Nunca me ensinou a acreditar em contos de fada, se eu sou dada aos meus romantismos, aos devaneios cor de rosa , e sapatos de princesa, trouxe isso na minha alma de outras vidas, não veio dela... ela me ensinou a ser forte, a lutar, estudar, a ser INDEPENDENTE, lia muito para mim quando eu era pequena, isso sim veio dela,meu amor pela literatura ! Ela sempre gostou de ler, me disse que na casa simples , sem luz lá na roça, ela lia sob luz de lampião, um dia ele caiu sobre ela, e ela guarda a cicatriz da queimadura na pele até hoje.. e para mim é a tatuagem mais linda!
Minha mãe odeia me ver chorando, me lamentando, reclamando de gordurinhas, e de cabelo ruim, ela sempre teve boa autoestima e nunca deixou ninguém tirar isso dela, é uma mulher linda do alto dos seus 62 anos,,,não me deixa sair para trabalhar sem um batonzinho nos lábios, ela diz "Minha filha eu trabalhava na limpeza e trabalhava de cabelo penteadinho, lápis nos olhos, batom e sorriso nos lábios. A minha mãe tem orgulho de ter" filha professora", se ! ao invés de dizer que eu deveria "ter feito engenharia"...rs
Sou ligada nela até hoje, vejo todo dia, ligo todo dia, até quando eu vou viajar eu aviso que estou indo viajar, dou os números de onde estou e digo com quem estou.... chamo de mamãe, sou carinhosa com ela e ela me retribui...
Ela nunca se aprofundou em questões políticas, nem sobre questões raciais, mas sempre foi SÁBIA , sempre nos deixou impecavelmente arrumados, roupas limpas, cabelos trançados, e nos mandava ser educados com todos, ( se não fossemos a espada de São jorge comia ) pois como eramos negros sempre iriam reparar nossos desalinhos e falta de educação primeiro, sempre nos disse que como negros tinhamos obrigação de estar sempre na frente !!!! hoje em dia todas as vezes que arrumo meu filho para a escola, ou para sair sem mim, percebo o mesmo zelo, e passo as mesmas recomendações, mesmo ele sendo branquinho !
"Quando meu marido se foi, ao invés dela se apropriar do meu filho e me deixar chorando dias sem fim, ela simplesmente colocava meu filho ao meu lado, para eu trocar, dar banho, fazer parar de chorar... sempre me dizia Reage, Reage pelo seu filho! e isso fez com que eu não me enterrasse com meu marido, me fez sou mais forte!
Sou uma mãe que se esforça também para deixar para o mundo um cara legal, digno, justo, de caráter e com amor no coração...depois da negociação dele hoje para passar o dia com a avó, que com certeza vai sentir mais do que nunca falta da "metade arrancada dela" , (parafraseando Chico Buarque), percebo que estou no caminho certo...
domingo, 10 de maio de 2015
quarta-feira, 8 de abril de 2015
Cartas Consoladoras. Mais Perturbação que Consolo - Minha experência
Há aproximadamente 10 anos, eu participei de uma sessão de cartas consoladoras do médium Rogério , eu havia tido uma gravidez de um bebê com holoprosencefalia, que não sobreviveu ao parto , sabia que ele não sobreviveria desde a 11.. semana de gestação mas decidi levar gravidez adiante, foi uma experiência dolorosa, nove meses esperando um filho que não sobreviveria, ter que se preparar para sair da maternidade de braços vazios é trágico e esta não seria, infelizmente a única situação trágica na minha vida.
Tive orientação religiosa espírita, acreditava que sim ,a comunicação era possível, que existiam trabalhos mediúnicos sérios, e não contestava isso.
Eu estava fragilizada, e tentando achar algo que realmente fizesse sentido dentro daquela dor toda, gerar um filho que você sabe que não irá sobreviver fora do teu corpo é algo devastador..., nessa sessão das "Cartas Consoladoras " eu não consegui uma mensagem do meu filho, e sim uma dos "Irmãos do Caminho" , uma mensagem vaga falando sobre esperança, fé.....
No mesmo dia, a mãe de um rapaz da minha cidade, um jovem muito querido, e conhecido que havia morrido há pouco tempo , estava lá e recebeu uma carta longa do filho, lida em voz alta, a emoção daquela senhora que tinha o coração despedaçado me afetou, não parei por um minuto para questionar se sim ou não, apenas a emoção dela ficou gravada, e foi essa imagem que me fez mais uma vez procurar o médium quando perdi meu marido. Meu marido se foi quando meu filho contava pouco menos de 3 meses; Após minha primeira gravidez,, sofri várias perdas gestacionais até engravidar do meu único filho vivo ;eu tinha um cariótipo que desaconselhava outra gravidez, mas mesmo assim meu filho chegou... quando eu contei da gravidez para o meu marido, ele me disse para ficar calma que ele iria fazer uma promessa para Nossa Senhora Aparecida e que nosso filho nasceria ... E ele nasceu, hoje é um menino saudável, nasceu prematuro, pesando 1,460 kg, ficou na UTI neonatal por 23 dias, quando o levamos para casa foi uma alegria só, a realização de um sonho.. mas com 11 dias fora do hospital ele ficou muito doente e precisou ser hospitalizado, quando finalmente saiu , ainda frágil, com uma alergia severa a lactose, meu marido decidiu que era hora de pagar a promessa, e mesmo eu pedindo , implorando para que ele não fosse, ele seguiu para Aparecida caminhando, ao chegar em Pindamonhangaba foi colhido por um carro que ultrapassou um caminhão no acostamento da Dutra e morreu na hora.. naquele dia eu me vi morrer um pouco... Meu marido era uma pessoa incrível, um menino simples, amigo de todos, super bem humorado, sempre pronto a ajudar, bom filho, bom pai, 26 anos, um bom marido,, lindo, por dentro e por fora, foi muito difícil perdê-lo, uma dor insuportável.
Pouco tempo depois da morte do meu marido, meu filho mais uma vez foi hospitalizado, chegou a ir para a UTI, com infecção generalizada.. quase o perdi também... no meio desse desespero, me lembrei especialmente daquela mãezinha que recebeu a comunicação do filho , e resolvi procurar o médium Rogério, que na ocasião estava vindo sempre em Caçapava, achava que poderia receber uma mensagem do Will, que algo me confortasse, mas a experiência para mim foi mais perturbadora do que consoladora. Fiz uma entrevista extensa com o médium, narrei todos os detalhes do acidente, as circunstâncias , fiz um grande desabafo,ele me pediu um documento do Will ,entreguei a CNH dele, durante a nossa conversa mesmo emocionada percebi que ele estava com a CNH do lado e tentava rascunhar a assinatura do meu marido num bloco de papel, achei estranho, mas enfim, achei que era uma bobeira minha.. durante a nossa conversa não mencionei o fato do meu marido ter outro filho, com quem ele não tinha podido conviver, o que o deixava muito triste, e não falei de Naninha, a única sobrinha que ele tinha , uma criança por quem ele tinha a maior devoção, a maior paixão, que ele queria como uma filha... Após as fases da entrevista, o médium pedia que ficássemos em oração, havia uma música alta , eram rock ballads, e um pouco de new age, nunca mais escutei "LOve Hurts" do Nazareth... peguei horror dessa música... depois de algum tempo ele fez sua entrada apoteótica, leu algumas mensagens e a minha carta ficou para o grand finale.
Fiquei feliz, finalmente o telefone tocara para mim de lá para cá, parafraseando Divalldo Pereira Franco. Foi uma comoção geral, a carta narrava com detalhes o acidente, detalhes que eu mesma forneci, continha conversas que eu contei que eu e o Will tivemos.. uma reprodução romanceada de tudo que eu havia relatado horas antes.., nada além do que eu mesma havia relatado; Na carta ele se referia ao pai como Benedito, e a mãe como Ana Maria... ninguém conhece meus sogros por esses nomes, meu sogro é Santos, minha sogra" Nega"... Benedito e Ana só existem no documento.. achei estranho... a carta não mencionou o filho que ele teve anteriormente , nem a sobrinha Naninha... a Naninha que era o xodó dele..., quantas vezes ele ligava em casa e antes de perguntar por mim, pedia para saber sobre a Nana.. Chorei muito, me deu um misto de desespero, com vontade de acreditar, de querer me agarrar a algo que eu sabia que estava errado... olhei ao redor e todos também choravam, era uma história triste, dramática, sem final feliz... envolvia a audiência, dava IBOPE, no final da psicografia ele me chamou e na frente da plateia disse “Se essa assinatura não for desse moço eu paro de psicografar”.... não tive forças para dizer que não, eu só queria que o chão se abrisse sob meus pés , só queria desaparecer..., aquela gente aplaudindo emocionada, e eu em choque... Lembro de ter agradecido também pela carta, mas não fazia sentido... A dor nos impede de raciocinar.. Cheguei em casa sentei na cama e uma pasta com os documentos do meu marido estavam lá, peguei TODOS os documentos, incluindo cartões de banco, contratos de trabalho, carteira profissional, apólice de seguro , e comparei com a assinatura da carta e era diferente... , todas as assinaturas do meu marido eram iguais só a da CNH era diferente, era a que ele não usava...... e foi exatamente essa assinatura que “ele” assinou a minha carta..., a carta foi gravada em k7 ,minha sogra escutou a fita, e ficou sem graça, disse que aquele não era o menino dela.. até o português bem escrito não era típico do Will, que tinha todas as qualidades do mundo, mas nenhuma intimidade com as letras.. Fiquei confusa, magoada, me senti ferida na minha fé, e ao mesmo tempo com vergonha de contestar de questionar, depois disso nunca mais falei no assunto, mas também perdi completamente a vontade de ter qualquer religião, foi como se o “ficar de mal com Deus” típico do luto, se unisse à decepção com a religião e me impedisse de conseguir me “religar”... hoje tenho minha crença independente de religião, creio em Deus, faço minhas orações, agradeço.
Acredito no trabalho desenvolvido por Chico Xavier, por Divaldo Pereira Franco, sei que existem casas espíritas sérias, e que existem comunicações verdadeiras, sei também que elas dependem da evolução do desencarnado e do merecimento de quem deseja recebê-las, então se um dia elas vierem espontaneamente, sem entrevistas prévias, ou assinaturas forjadas, eu saberei se são verdadeiras ou não, mas não procuro mais! é algo desnecessário que só intensifica o desespero e o sofrimento.
Tive orientação religiosa espírita, acreditava que sim ,a comunicação era possível, que existiam trabalhos mediúnicos sérios, e não contestava isso.
Eu estava fragilizada, e tentando achar algo que realmente fizesse sentido dentro daquela dor toda, gerar um filho que você sabe que não irá sobreviver fora do teu corpo é algo devastador..., nessa sessão das "Cartas Consoladoras " eu não consegui uma mensagem do meu filho, e sim uma dos "Irmãos do Caminho" , uma mensagem vaga falando sobre esperança, fé.....
No mesmo dia, a mãe de um rapaz da minha cidade, um jovem muito querido, e conhecido que havia morrido há pouco tempo , estava lá e recebeu uma carta longa do filho, lida em voz alta, a emoção daquela senhora que tinha o coração despedaçado me afetou, não parei por um minuto para questionar se sim ou não, apenas a emoção dela ficou gravada, e foi essa imagem que me fez mais uma vez procurar o médium quando perdi meu marido. Meu marido se foi quando meu filho contava pouco menos de 3 meses; Após minha primeira gravidez,, sofri várias perdas gestacionais até engravidar do meu único filho vivo ;eu tinha um cariótipo que desaconselhava outra gravidez, mas mesmo assim meu filho chegou... quando eu contei da gravidez para o meu marido, ele me disse para ficar calma que ele iria fazer uma promessa para Nossa Senhora Aparecida e que nosso filho nasceria ... E ele nasceu, hoje é um menino saudável, nasceu prematuro, pesando 1,460 kg, ficou na UTI neonatal por 23 dias, quando o levamos para casa foi uma alegria só, a realização de um sonho.. mas com 11 dias fora do hospital ele ficou muito doente e precisou ser hospitalizado, quando finalmente saiu , ainda frágil, com uma alergia severa a lactose, meu marido decidiu que era hora de pagar a promessa, e mesmo eu pedindo , implorando para que ele não fosse, ele seguiu para Aparecida caminhando, ao chegar em Pindamonhangaba foi colhido por um carro que ultrapassou um caminhão no acostamento da Dutra e morreu na hora.. naquele dia eu me vi morrer um pouco... Meu marido era uma pessoa incrível, um menino simples, amigo de todos, super bem humorado, sempre pronto a ajudar, bom filho, bom pai, 26 anos, um bom marido,, lindo, por dentro e por fora, foi muito difícil perdê-lo, uma dor insuportável.
Pouco tempo depois da morte do meu marido, meu filho mais uma vez foi hospitalizado, chegou a ir para a UTI, com infecção generalizada.. quase o perdi também... no meio desse desespero, me lembrei especialmente daquela mãezinha que recebeu a comunicação do filho , e resolvi procurar o médium Rogério, que na ocasião estava vindo sempre em Caçapava, achava que poderia receber uma mensagem do Will, que algo me confortasse, mas a experiência para mim foi mais perturbadora do que consoladora. Fiz uma entrevista extensa com o médium, narrei todos os detalhes do acidente, as circunstâncias , fiz um grande desabafo,ele me pediu um documento do Will ,entreguei a CNH dele, durante a nossa conversa mesmo emocionada percebi que ele estava com a CNH do lado e tentava rascunhar a assinatura do meu marido num bloco de papel, achei estranho, mas enfim, achei que era uma bobeira minha.. durante a nossa conversa não mencionei o fato do meu marido ter outro filho, com quem ele não tinha podido conviver, o que o deixava muito triste, e não falei de Naninha, a única sobrinha que ele tinha , uma criança por quem ele tinha a maior devoção, a maior paixão, que ele queria como uma filha... Após as fases da entrevista, o médium pedia que ficássemos em oração, havia uma música alta , eram rock ballads, e um pouco de new age, nunca mais escutei "LOve Hurts" do Nazareth... peguei horror dessa música... depois de algum tempo ele fez sua entrada apoteótica, leu algumas mensagens e a minha carta ficou para o grand finale.
Fiquei feliz, finalmente o telefone tocara para mim de lá para cá, parafraseando Divalldo Pereira Franco. Foi uma comoção geral, a carta narrava com detalhes o acidente, detalhes que eu mesma forneci, continha conversas que eu contei que eu e o Will tivemos.. uma reprodução romanceada de tudo que eu havia relatado horas antes.., nada além do que eu mesma havia relatado; Na carta ele se referia ao pai como Benedito, e a mãe como Ana Maria... ninguém conhece meus sogros por esses nomes, meu sogro é Santos, minha sogra" Nega"... Benedito e Ana só existem no documento.. achei estranho... a carta não mencionou o filho que ele teve anteriormente , nem a sobrinha Naninha... a Naninha que era o xodó dele..., quantas vezes ele ligava em casa e antes de perguntar por mim, pedia para saber sobre a Nana.. Chorei muito, me deu um misto de desespero, com vontade de acreditar, de querer me agarrar a algo que eu sabia que estava errado... olhei ao redor e todos também choravam, era uma história triste, dramática, sem final feliz... envolvia a audiência, dava IBOPE, no final da psicografia ele me chamou e na frente da plateia disse “Se essa assinatura não for desse moço eu paro de psicografar”.... não tive forças para dizer que não, eu só queria que o chão se abrisse sob meus pés , só queria desaparecer..., aquela gente aplaudindo emocionada, e eu em choque... Lembro de ter agradecido também pela carta, mas não fazia sentido... A dor nos impede de raciocinar.. Cheguei em casa sentei na cama e uma pasta com os documentos do meu marido estavam lá, peguei TODOS os documentos, incluindo cartões de banco, contratos de trabalho, carteira profissional, apólice de seguro , e comparei com a assinatura da carta e era diferente... , todas as assinaturas do meu marido eram iguais só a da CNH era diferente, era a que ele não usava...... e foi exatamente essa assinatura que “ele” assinou a minha carta..., a carta foi gravada em k7 ,minha sogra escutou a fita, e ficou sem graça, disse que aquele não era o menino dela.. até o português bem escrito não era típico do Will, que tinha todas as qualidades do mundo, mas nenhuma intimidade com as letras.. Fiquei confusa, magoada, me senti ferida na minha fé, e ao mesmo tempo com vergonha de contestar de questionar, depois disso nunca mais falei no assunto, mas também perdi completamente a vontade de ter qualquer religião, foi como se o “ficar de mal com Deus” típico do luto, se unisse à decepção com a religião e me impedisse de conseguir me “religar”... hoje tenho minha crença independente de religião, creio em Deus, faço minhas orações, agradeço.
Acredito no trabalho desenvolvido por Chico Xavier, por Divaldo Pereira Franco, sei que existem casas espíritas sérias, e que existem comunicações verdadeiras, sei também que elas dependem da evolução do desencarnado e do merecimento de quem deseja recebê-las, então se um dia elas vierem espontaneamente, sem entrevistas prévias, ou assinaturas forjadas, eu saberei se são verdadeiras ou não, mas não procuro mais! é algo desnecessário que só intensifica o desespero e o sofrimento.
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015
O NÃO SENTIR...
Por um momento eu quis sentir novamente raiva de você..
Quis desejar discordar visceralmente da sua opinião
Te odiar por mais um segundo
Quis querer estar perto mesmo sendo de maneira antagônica
E que a raiva nos unisse em mais um momento
Quis o mesmo querer , o mesmo desejar
A mesma poesia torta
O seu , tão seu, ter e nunca se dar...
Pois era assim que a minha paixão se expressava
por caminhos oblíquos , intensos se lançava
E era bom ,pois sentir é bom
Era bom o querer
Mesmo de maneira idealizada, meio platônica
Era bom ter as mãos suadas e coração aos saltos
Esperar um breve encontro , me entregar sem porquê
e me sentir inteira mesmo deixando de ser
Era bom gostar de você
Hoje a indiferença ocupa o espaço vazio
que você nunca fez questão de ocupar
O não sentir a se instalar
E não é sertralina, nem fluoxetina
o que me impede de te desejar
É apenas o inexorável tempo
devolvendo as águas novamente pro mar
E nem mesmo cocaína, me despertaria adrenalina ,
não me traria a euforia de me ver novamente
Refletida em sua retina
E nenhum acorde, nem um som do Seu Jorge
Me traria de volta ao sentimento
Que você um dia , ousou despertar
Quis desejar discordar visceralmente da sua opinião
Te odiar por mais um segundo
Quis querer estar perto mesmo sendo de maneira antagônica
E que a raiva nos unisse em mais um momento
Quis o mesmo querer , o mesmo desejar
A mesma poesia torta
O seu , tão seu, ter e nunca se dar...
Pois era assim que a minha paixão se expressava
por caminhos oblíquos , intensos se lançava
E era bom ,pois sentir é bom
Era bom o querer
Mesmo de maneira idealizada, meio platônica
Era bom ter as mãos suadas e coração aos saltos
Esperar um breve encontro , me entregar sem porquê
e me sentir inteira mesmo deixando de ser
Era bom gostar de você
Hoje a indiferença ocupa o espaço vazio
que você nunca fez questão de ocupar
O não sentir a se instalar
E não é sertralina, nem fluoxetina
o que me impede de te desejar
É apenas o inexorável tempo
devolvendo as águas novamente pro mar
E nem mesmo cocaína, me despertaria adrenalina ,
não me traria a euforia de me ver novamente
Refletida em sua retina
E nenhum acorde, nem um som do Seu Jorge
Me traria de volta ao sentimento
Que você um dia , ousou despertar
quinta-feira, 1 de janeiro de 2015
O tempo está jogando contra ..
É estranho, todos dizem que o tempo cura as feridas, que o tempo ameniza a dor, que o tempo ajuda, que o tempo acalma...
Para mim o tempo tem jogado contra, tem sido um grande adversário, quanto mais o tempo passa , mais eu sinto falta, quanto mais o tempo passa, mais o vazio se instala, e vai ocupando todos os espaços vazios da casa, da alma , da vida...
A sensação do tempo passando, do afastamento ficando mais longo..a sensação de tudo acabado , tudo terminado.. a sensação de um fim que se estende pra sempre..
domingo, 7 de dezembro de 2014
Eu com você...
Eu adoro ser eu...e com você eu sou tao eu, odeio vestir personagens, ter que me encaixar no santa ou profana, ter que ter equilíbrio sempre...
Na nossa relação posso te odiar,te amar, te desejar,te esquecer,...e posso isso tudo com tanta transparência com tanta verdade.....e você apenas aceita, não tenta me entender, me decifrar me doutrinar , apenas me recebe, quando quer, e quando quer então se entrega comigo, sem máscaras, sem meias verdades, sem promessas, sem amanhã, apenas instinto.. apenas eu , apenas você
Na nossa relação posso te odiar,te amar, te desejar,te esquecer,...e posso isso tudo com tanta transparência com tanta verdade.....e você apenas aceita, não tenta me entender, me decifrar me doutrinar , apenas me recebe, quando quer, e quando quer então se entrega comigo, sem máscaras, sem meias verdades, sem promessas, sem amanhã, apenas instinto.. apenas eu , apenas você
domingo, 30 de novembro de 2014
Desaniversário do Will....
Mês retrasado fui fazer meu cabelo com a Priscila Paiva, longas horas conversando , enquanto corria o procedimento, Pri começou a me falar da maneira como algumas pessoas tratavam o luto, não rompendo o elo com o passado nunca, não entendendo o ciclo natural da vida, perturbando o espírito na evolução;;; que essas pessoas que vivem o luto patologicamente, se lembravam de todas as datas, e até do aniversário de quem partiu, e quem partiu , acabou, não faz mais aniversário...fiquei com aquelas palavras na cabeça, e sim elas fazem sentido, e sim seria ótimo que meu coração assim entendesse, mas não foi assim que a minha alma registrou, não adianta, estive com amigos queridos ontem, rimos muito, mas cheguei em casa, coloquei meu filho para dormir, e o relógio cravou meia noite a única coisa que me veio na cabeça é que era o aniversário dele... em casa temos esse costume de dar parabéns 'a meia noite, meu irmão quantas vezes me ligou lá de longe , correndo para achar um sinal na Ilha Grande ,para me dar os parabéns 0:00h, é assim que fazemos, é assim que eu fazia com meu marido... minha madrugada correu insone, me lembrando de tudo que podia ter sido e não foi, misturando revolta e saudade, querendo justiça, querendo paz...
Ao acordar fomos comprar flores, Fab me acompanhou, e pediu que eu comprasse também uma vela da "santinha que o papai gostava", fiquei sem saber o que fazer, não queria, tenho minhas resistências com santos, em específico "aquela santa", mas acabei comprando, era a vontade do meu filho, as escolhas dele começando se revelar... Pela primeira vez nosso filho me acompanhou ao cemitério, depositamos as flores, acendemos a vela, conversamos muito, oramos... juntos.., ele me perguntou se o papai viria buscar as flores, e eu me lembrei de uma história do Chico Xavier, onde tinha uma psicografia que o espirito dizia que" não ficou com as flores, mas que alcançou o perfume"... e disse para ele que o papai sentiria o perfume... que o que importa na vida é o perfume , a essência que espalhamos para o mundo, e que até hoje eu sentia o perfume do papai, a essência de tudo de bom que ele deixou... ele me acompanhou com aqueles olhinhos cor de mel, e sei que ele entendeu, e que algum dia tudo isso vai fazer sentido para ele...
Descanse em paz meu amor, não quero te prender a evolução com minhas lágrimas, com a minha saudade, com minha revolta vou seguindo a vida, cuidando do nosso sonho que é minha realidade.... fique com o perfume das flores, com a luz das velas e das nossas orações, que o sorriso do nosso filho seja a música que te companhe pela eternidade... segue em paz meu menino dos olhos cor do céu , segue em paz que eu tenho feito o meu melhor...
Ao acordar fomos comprar flores, Fab me acompanhou, e pediu que eu comprasse também uma vela da "santinha que o papai gostava", fiquei sem saber o que fazer, não queria, tenho minhas resistências com santos, em específico "aquela santa", mas acabei comprando, era a vontade do meu filho, as escolhas dele começando se revelar... Pela primeira vez nosso filho me acompanhou ao cemitério, depositamos as flores, acendemos a vela, conversamos muito, oramos... juntos.., ele me perguntou se o papai viria buscar as flores, e eu me lembrei de uma história do Chico Xavier, onde tinha uma psicografia que o espirito dizia que" não ficou com as flores, mas que alcançou o perfume"... e disse para ele que o papai sentiria o perfume... que o que importa na vida é o perfume , a essência que espalhamos para o mundo, e que até hoje eu sentia o perfume do papai, a essência de tudo de bom que ele deixou... ele me acompanhou com aqueles olhinhos cor de mel, e sei que ele entendeu, e que algum dia tudo isso vai fazer sentido para ele...
Descanse em paz meu amor, não quero te prender a evolução com minhas lágrimas, com a minha saudade, com minha revolta vou seguindo a vida, cuidando do nosso sonho que é minha realidade.... fique com o perfume das flores, com a luz das velas e das nossas orações, que o sorriso do nosso filho seja a música que te companhe pela eternidade... segue em paz meu menino dos olhos cor do céu , segue em paz que eu tenho feito o meu melhor...
sábado, 22 de novembro de 2014
Espelho, espelho meu...
A minha autocrítica é a primeira que eu exercito, sei das minhas fraquezas, sei das minhas virtudes, sei das minhas necessidades, sei quem eu sou por dentro, e por fora, o espelho me mostra.... e sei isso tudo tão bem , julgo com severidade a mim mesma, costumo ser mais complacente com os erros alheios, do que com os meus próprios erros, costumo ser mais exigente com a minha imagem do que com a imagem alheia, posso ver beleza num corpo teoricamente fora do padrão, desde que ele guarde uma alma bacana, a generosidade, a cultura , a leveza, me encantam, em mim eu enxergo os quilos a mais , meus minutos de mau humor e de falta de paz.. e tento mudar , mudar eu mesma, julgar eu mesma...pois os outros os outros sinceramente não me importam, como eu me sinto comigo, por dentro e por fora sim é o que me importa...
"Amar e mudar as coisas me interessa mais "
"Amar e mudar as coisas me interessa mais "
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