segunda-feira, 18 de abril de 2011

Entendendo o novo macho....

Sou de um tempo em que homem era homem, macho mesmo.....
Que preferia um bom beijo ao invés de ficar horas no computador insistindo pra ver uma alça de sutiã pelo msn, que criava oportunidades para o encontro,  que ao sair com uma mulher, se preocupava em ouvir, fazer algum elogio, ao invés de ficar falando de seu carro, da academia., talvez pra disfarçar seu péssimo desempenho em outras áreas, precisa ostentar um sucesso profissional financeiro... Sou de um tempo em que o homem pagava a conta, no máximo rachava depois de alguns meses de namoro...
 No meu tempo , os homens  se cuidavam sim , mas não ficava preocupado em contar calorias, nem ficar falando horas sobre a academia, sobre os gominhos recem adquiridos na barriga... que preferia uma mulher de verdade "com curvas, e algumas celulite"s como diria o Jabor, do que uma esqualida imagem feminina que não reflete nada...
Hoje tudo é muito rápido, talvez pela força da tecnologia.,tudo é muito sem encanto, descartável...  talvez a liberdade sexual tenha propiciado a criação dessa nova raça de machos andróginos, meio idiotizados, que morrem de medo quando encontram uma mulher de verdade, com opinião, histórias, bagagem, que até se apaixona por uma mulher de verdade, mas tem preguiça  de primeiro mergulhar na sua própria história, se emancipar emocionalmente pra depois viver uma história, preferem as mulheres descartáveis na balada...
Para as mulheres que já nasceram nesse mundo, deve ser normal, talvez elas nunca conheçam uma relação diferente dessa, de nem ser chamada pelo nome, e se satisfaçam com isso... duvido muito, acredito que no fundo toda mulher tem uma essência romântica, mas enfim já chegaram nesse novo mundo assim......
Me recuso a render-me aos novos tempo, sou uma dinossaura, que uso facebook, twitter, que me permito viagens virtuais, mas sou uma romântica incorrigível..... preciso  de intimidade, de carinho... de querer bem.. , prefiro a minha companhia ao perder meia hora numa mesa de bar com um chato sem cultura, que só faz comentários auto-referentes..
Tenho ainda uma revista Bizz guardada, na ultima pasta que restou com uns fanzines dos Engenheiros do Hawaii , nela há uma entrevista do Lobão , que era doido de pedra, mas vez por outra falava algo que dava para refletir ,com um grifo " Sò sexo não me emociona, orgasmo é excesso de carinho",  hoje compreendo bem essa ,e completo ainda..... Para ter só sexo, sem intimidade limite-se a masturbação, pelo menos na masturbação você já se conhece, e o prazer é garantido.
Sou de um tempo em que as mulheres eram seduzidas para ir pra cama... que tinham que ser cortejadas, não simplesmente pegas numa balada e levadas automaticamente pro motel, pra uma transa cronometrada sem nem saber o nome do bombadão.., sou de um tempo em que a mulher também seduzia, com classe, com atitude, que escolhia.. sou de um tempi em que se fantasiava uma transa com um estranho.. hoje vive-se é o tempo em que se fantasia uma transa com um conhecido,  em que a maior fantasia é a intimidade, a profundidade nas relações......

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

A grande tristeza....

Assim que o Will se foi, atendi á sugestão de umas 500 pessoas de ler "A Cabana", está aqui na estante na minha frente, não cheguei ao final... a tal iluminação, o tal conforto que me vendiam por 19,90, trazidos urgentes por minha amiga , não conseguiram prender minha atenção.;;
A cada capitulo achava cada vez mais chato, livro de escola dominical, uma viagem meio lisérgica do autor, com um Jesus comum, que não me trouxe nenhum encanto, não consegui chegar ao fim do livro, quando vi que não teria umd esfecho, que não haveria um por quê da tragedia toda no final, não terminei,...
Tragedias sem final feliz já basta a minha....
Na obra,  o personagem perde a filha num acidente durante um acampamento, eles a encontram morta na "Cabana", e o enredo do livro propõe um encontro dele com Deus nessa Cabana... ok, será que acharam que eu iria tentar encontrar Deus em Aparecida, que eu iria ate Aparecida como se ela fosse a minha "Cabana".. pra Aparecida eu não quero ir nunca mais, nem que seja pra comprar aquelas adoráveis muambas do Paraguai......
A única identificação real com a obra é quando ele se refere a "A grade tristeza"., é perfeito... como ele descreve a dor sufocante, como ele escreve essa dor que vai e volta e nunca mais te deixa ser quem era antes, de como ela turva tudo, tira o sabor das coisas... como ela te sufoca as perspectivas de um futuro pleno... A Grande tristeza...
Tenho levado a minha vida, tentando driblar toda sorte de sentimentos negativos que trago dentro de mim, tentando viver uma palavra só.. superação...não acho que o meu sofrimento é maior do que o dos outros, acredito que existam mais desgraçados do que eu, sinto o meu sentimento ordinário... não sou a única viuva do mundo com filho pequeno pra criar... não sou a única que  saiu da maternidade uma vez com as mãos vazias após perder um filho depois de uma gestação de 9 meses sozinha e sabendo que o filho não sobreviveria ao parto...não sou a única a ter problemas familiares, varizes, a usar um mega-hair que coça, a ter barriguinha.. a enlouquecer com gente falsa e oportunista.... sou ordinária... a minha ´dor é ordinária, mas é muito minha...
Esse processo de levar a vida... é complicado, mas é possivel... há que se entender que existe "A Grande tristeza", e que um dia você vai acordar animada, mas que no meio do dia um copo de Açai vai te lembrar de quem você perdeu e, imediatamente a Grande Tristeza irá  se instalar novamente, e vc pode ficar com ela de companhia por horas, ou ate por dias.. sentindo uma saudade enorme, um vazio indescritivel, uma revolta... até que Ela se afasta e você consegue "Levar a Vida", novamente...

Acordando com os Walker...

Televisão me irrita, me dá uma certa impaciência, ou um sono incrivel, mas não fico sem... que os defensores do planeta me agridam, mas, fico com ela ligada dia todo, é uma sensação de sentir que há alguem em casa... nem sempre alguem bom, mas uma companhia....
Hoje meu filho acordou pontualmente as 5:30, mecanicamente fiz a mamadeira, o peguei no colo e liguei a TV, Brothers and Sisters no IUNIVESOL XENEL (odeio quando falam Universal!!, Universal pra mim é a Empresa bem sucedida do Edir Macedo, titulos em inglês tropicalizados assim me causam especie..), Rob Lowe me aguardava, ele que povoou meus sonhos adolescentes, agora todo charmoso,maduro, com cabelos brancos e problemas, ainda mais me encanta.... Rob Lowe chorando... Robert chorando por sua Kitty no hospital a beira da morte por um câncer...
Entrei em desespero... comecei a chorar tambem.., que ironico né.... no final da temporada, ele é que morre num acidente... ele saudavel, ele lindo, ele que tinha ganho as eleições, morre... num acidente idiota, sem sentido... com um filho pequeno pra criar... que conseguiram adotar depois de muita luta... ele... morre!!!! simples assim...
Kitty que passou por um câncer, inteligente e frágil, com seu ar blasé... sobrevive... Kitty sem Robert... Assim como a Desa sem o Will, que era lindo, forte, tinha um filho pequeno ... e irresistiveis olhos azuis como os do Robert...